O Ministério das Comunicações comemorou os 20 anos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) com um aumento de 390% em relação à média anual entre 2001 e 2018. O montante de R$ 409 milhões representa o maior repasse de recursos desde a criação do fundo. Os investimentos permitirão o desenvolvimento e a ampliação da utilização de tecnologias de Internet das Coisas em sistemas agrícolas, de transporte, saúde, segurança e soluções para a internet 5G.
O financiamento dos projetos em telecomunicações contará com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Com o recurso, pequenas e médias empresas terão acesso a créditos para a aquisição de soluções tecnológicas para melhoria dos negócios.
De acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o investimento será responsável pela geração de empregos diretos e indiretos. A expectativa é de que 41 mil empregos sejam criados no país a partir do financiamento via Funttel.
Retorno de investimento e geração de empregos
“Um estudo realizado pelo Ministério das Comunicações mostra que, para cada R$ 1 investido pelo Governo Federal, as empresas arrecadam R$ 6 em receita, ou seja, estimulamos a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações, trazendo o que há de mais inovador no mundo para a nossa realidade”, afirma o ministro.
Os R$ 409 milhões financiarão cerca de 17 projetos, em um prazo de 36 meses, por meio do BNDES e da Finep – cada instituição receberá R$ 204,9 milhões. O limite de financiamento é de até R$ 30 milhões por beneficiário, a cada 24 meses, podendo ser ampliado mediante autorização específica do Conselho Gestor do Funttel.
Durante a cerimônia de comemoração aos 20 anos do fundo, nessa terça-feira (24), o ministro reforçou a importância de levar conectividade ao campo e integrar agricultores pelo país. “Estávamos falando de levar internet aos 7.700 assentamentos. Começamos por Panguaçu (RN), na minha terra, e na semana passada estivemos em Flores de Goiás (GO). Vamos fazer esse levantamento, dar acesso à internet também para essas pessoas”, reforça Faria.
Futuro e internet das coisas
O presidente da Finep, general Waldemar Barroso Magno Neto, ressaltou a importância do investimento em tecnologia, inclusive, para baratear o acesso da população a bens tecnológicos. “Eu visitei recentemente as instalações da Intelbras e eles estão desenvolvendo soluções em segurança residencial para quem não tem grande poder aquisitivo. Esse projeto que eu conheci foi financiado com recurso do Funttel. No futuro, vamos precisar do agro 4.0, cidades inteligentes, conectividade no campo. Certamente, esses recursos do Funttel proporcionarão riqueza e qualidade de vida.”
Responsável por parte da gestão sobre esse recurso, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, atribuiu as mudanças desejadas no Brasil a dois temas: saneamento e conectividade. “É dando água de qualidade, educação e informação que vamos reduzir a desigualdade no país, e é nesse sentido que a gente vai usar esses recursos. Isso é um desafio para que possamos capilarizar esse recurso e dar conexão digital a milhares de brasileiros”, pontua.
Avanços com recursos do Funttel
Desde a criação, os repasses de recursos do Funttel garantiram uma série de avanços e soluções tecnológicas em telecomunicações para o Brasil. Um exemplo foi a transferência de tecnologia do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) para empresas brasileiras. Com o lançamento do satélite, foi possível levar internet para áreas isoladas. Mais de 12.500 localidades sem conexão à internet, agora, contam com acesso ao mundo virtual.
Outro importante passo foi o desenvolvimento das soluções tecnológicas para a TV Digital. O padrão nipo-brasileiro, hoje, é utilizado por mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo.
Funttel
Criado em 2000, o Fundo tem o objetivo de estimular o processo de inovação tecnológica, incentivar a capacitação de recursos humanos, fomentar a geração de empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a recursos de capital.
Fonte: Governo Federal