Investimento de R$ 4 milhões deve gerar energia para abastecer parques ecológicos e dez escolas públicas; projeto de cooperação internacional coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações desenvolve soluções inovadoras para cidades sustentáveis, como o uso de energia solar
O projeto CITinova vai viabilizar a instalação de uma usina modelo de energia fotovoltaica e instalação de placas nos telhados dos prédios de parques, além de estações de recarga para veículos elétricos. O investimento será de R$ 4 milhões. O edital de serviço para elaboração de projeto executivo e execução de obra está em andamento. O objetivo é diversificar a matriz energética no Distrito Federal. A perspectiva é de que usina modelo comece a funcionar em fevereiro de 2023.
O CITinova é um projeto de cooperação internacional executado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Distrito Federal e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCTI) e com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
A usina fotovoltaica faz parte da estratégia de promoção de energia limpa no DF, prevista no Planejamento Estratégico de 2019 a 2060. A iniciativa é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Gerada a partir da captação da luz solar, convertida em corrente elétrica contínua, passando por conversão para corrente alternada de distribuição e uso, a energia fotovoltaica tem entre suas principais vantagens ser uma energia limpa e renovável, alternativa aos combustíveis fósseis, que reduz as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), além de contribuir para que comunidades de baixa renda tenham acesso à luz solar, incentivando a melhoria do saneamento básico e outros serviços essenciais.
Abastecimento – A planta central da usina será no Parque Ecológico de Águas Claras, enquanto infraestruturas de menor porte serão instaladas nos parques ecológicos Ezechias Heringer, no Guará; Dom Bosco, no Lago Sul; e do Cortado, em Taguatinga, que abriga o Hospital Veterinário de Brasília. O Jardim Zoológico e o Jardim Botânico de Brasília receberão duas unidades de recarga para veículos elétricos.
A energia gerada pela usina, de aproximadamente 500 kWp, será injetada no sistema de distribuição e compensada de acordo com as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A expectativa é atender todos os parques de Brasília, a sede do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), da Sema e distribuir energia para dez escolas públicas no Distrito Federal, gerando economia e sustentabilidade.
Energia fotovoltaica no Brasil – Dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) em março deste ano, mostram que o Brasil ultrapassou a marca de 14 gigawatts (GW) de potência operacional de fonte solar fotovoltaica. Ao somar as capacidades instaladas das grandes usinas e da geração própria de energia solar, a fonte solar ocupa o quinto lugar na matriz elétrica brasileira, ultrapassando a potência instalada de termelétricas movidas a petróleo e outros fósseis na matriz elétrica brasileira. Atualmente, as usinas solares de grande porte são a sexta maior fonte de geração do Brasil e estão presentes em todas as regiões do País.
Potencial fotovoltaico do DF – Situado no Cerrado, o Distrito Federal recebe energia elétrica majoritariamente de hidrelétricas localizadas nas regiões Sudeste e Sul: cerca de 80% vêm da Usina Hidrelétrica de Furnas, a mais de 700 km, e 20% da Usina de Itaipu, que fica a mais de 1mil km de distância.
De acordo com levantamento da Sema DF, são necessários apenas 24km2 de painéis fotovoltaicos para gerar toda a eletricidade necessária para atender o DF, que tem uma área territorial de 5.780 km2. Somente 0,41% do território necessitaria ser coberto por painéis solares para abastecer a capital federal com energia limpa e renovável. Mesmo com o aumento das áreas urbanizadas, a estimativa é que não chegue em 1%.
Segundo levantamento realizado em parceria entre a Universidade de Brasília e o Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil em 2016, a Brasília possui diversas razões para ser a impulsionadora da energia solar do país. Sua localização e características climáticas facilitam o desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica, permitindo uma maior geração de energia pelo sistema. A irradiação global horizontal brasileira varia de 4,25 a 6,5 kWh/m2. Considerando o plano inclinado, onde é possível obter o aproveitamento máximo, o Distrito Federal possui uma média anual de 5,8 kWh/m2, acima da média nacional.
Sobre o CITinova – É projeto multilateral realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para a promoção de sustentabilidade nas cidades brasileiras por meio de tecnologias inovadoras e planejamento urbano integrado. Com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), o CITinova é implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e executado em parceria com Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) e Porto Digital, Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Programa Cidades Sustentáveis (PCS) e Secretaria do Meio Ambiente (SEMA/GDF).
Os objetivos principais são desenvolver soluções tecnológicas inovadoras e oferecer metodologias e ferramentas de planejamento urbano integrado para apoiar gestores públicos, incentivar a participação social e promover cidades mais justas e sustentáveis.
Com duração de quatro anos, de 2018 a 2022, envolve por três grandes frentes de ação Planejamento Urbano Integrado, Investimentos em Tecnologias Inovadoras e Plataformas para Cidades Sustentáveis.
Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia