Durante entrega da 500ª locomotiva fabricada pela indústria nacional, Tarcísio de Freitas afirmou que aposta no modal impulsiona economia e contratações, além de reduzir custos logísticos
Ao fazer um balanço dos investimentos realizados no transporte ferroviário pelo Governo Federal nos últimos dois anos e meio, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que o acréscimo de oferta será transformado em ganho de produtividade e de eficiência, em redução de custos e em mais investimentos e emprego. A declaração foi dada nesta segunda-feira (12), durante a entrega oficial da 500ª locomotiva de corrente alternada (AC44) produzida no Brasil. O evento ocorreu na fábrica da empresa Wabtec Corporation, em Contagem (MG), a qual emprega 1.140 funcionários.
“Nossa missão aqui hoje é plantar para o Brasil colher, fazer com que mais ferrovias nasçam, mais locomotivas apareçam, mais empresas entreguem e invistam. Não vai parar na 500ª locomotiva, muito em breve virá a 1.000ª. A indústria ferroviária está ressurgindo porque nós resolvemos apostar em ferrovias”, destaca. “Essa [locomotiva] muito em breve estará na ferrovia Norte-Sul, puxando grãos de Rio Verde ao Porto de Santos, e a gente fica muito feliz de ver isso”, ressalta o ministro.
REEQUILÍBRIO DO TRANSPORTE – “Com a participação da iniciativa privada, estamos avançando em nosso programa de investimentos para balancear a matriz de transportes, o que resultará em redução dos custos de transporte e nos dará mais competitividade “, afirma. “Neste desafio de reequilibrar a matriz do transporte estamos indo bem. Estamos plantando e quem vai colher será o Brasil. [O modal ferroviário] Vai pular de 15 para 36% da matriz de transporte até 2035. Se tivermos ferrovias autorizadas, chegará a 40%”, projeta o ministro.
O Ministério da Infraestrutura (MInfra) já assegurou mais de R$ 31 bilhões de investimentos contratados para as ferrovias brasileiras. Os recursos serão utilizados na ampliação da malha ferroviária do país. Conforme o titular da Infraestrutura, há investimentos em andamento nas ferrovias Norte-Sul, Malha Paulista e de Integração Oeste-Leste (FIOL), entre Ilhéus e Caetité, na Bahia – esse trecho teve a concessão leiloada no primeiro semestre do ano. Em Goiás, começará em breve a construção do lado oeste, com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico): o Ibama já concedeu nova licença de instalação para as obras, a serem realizadas pela Vale S/A e a Valec, possivelmente a partir de agosto.
INVESTIMENTOS EM MINAS – Antes da solenidade de entrega da 500ª locomotiva, o ministro sobrevoou a área onde será construído o ramal ferroviário do terminal Igarapé, no município mineiro de mesmo nome. O novo terminal de cargas tem investimentos previstos no plano de renovação da concessão da MRS Logística e deve integrar corredor logístico planejado pela concessionária para unir cargas do interior paulista ao Rio de Janeiro e a Belo Horizonte, bem como cargas dessas regiões para São Paulo e Santos.
A renovação antecipada do contrato da MRS – por mais 30 anos – está prevista para ocorrer ainda neste segundo semestre. “Os trabalhos estão nos últimos ajustes para serem encaminhados ao Tribunal de Contas da União (TCU)”, explica o ministro. A concessionária opera mais de 1,6 mil quilômetros de trilhos na região Sudeste, atendendo os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com a renovação, essa malha ferroviária deve ser repontecializada com mais de R$ 16 bilhões para o transporte de cargas, principalmente, minério de ferro, produtos siderúrgicos, contêineres, açúcar e carvão.
AUTORIZAÇÕES – Ainda para este ano, o MInfra tem grande expectativa em torno do avanço do PLS 261/2018 no Congresso Nacional. O texto trata do Marco Legal das Ferrovias. O objetivo é permitir a exploração do transporte ferroviário de cargas, que hoje ocorre somente por concessão, por meio do regime de autorização, contribuindo para uma expansão ainda mais eficiente da malha nacional.
“A autorização ferroviária vai promover uma revolução no Brasil. As empresas estão bem estruturadas e podem fazer investimentos até bilionárias nesse modo de transporte”, completa Tarcísio de Freitas.
A agenda do ministro em Minas Gerais termina com reunião, nesta tarde, no Palácio Tiradentes, com representantes do governo do estado para tratar sobre o Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais (PEF), que está prestes a ser concluído.
Participaram das agendas ainda os secretários nacionais de Transportes Terrestres, Marcello Costa, e de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni; além do diretor de Transporte Ferroviário do MInfra, Ismael Trinks; diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres em exercício, Alexandre Porto; e o diretor-presidente da Valec, André Kuhn.
Fonte: Ministério da Infraestrutura