Hospitais da Ebserh passam a usar metodologia que permite mais eficiência no planejamento e execução de obras
Com o BIM (Bulding Information Modelling), profissionais de diversas áreas envolvidos em um projeto visualizam modelos digitais em todo o ciclo de vida de uma construção e podem colaborar para sugerir melhorias
Brasília (DF) – A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) começou a utilizar, nos seus hospitais, a metodologia BIM, sigla para Bulding Information Modelling. Em português, o termo significa Modelagem de Informação da Construção. Trata-se de um conjunto de metodologias e soluções de software que permitem a diversos profissionais envolvidos em uma construção criar, utilizar e atualizar modelos digitais, propiciando maior colaboração entre os envolvidos no planejamento e execução de obras.
Com o BIM, é possível ter uma representação visual mais precisa do produto em construção ainda na fase de elaboração do projeto, e assim equipes de engenharia e arquitetura, por exemplo, podem sugerir melhorias e adequações. A ferramenta também pode ser usada para análise e fiscalização por gestores.
Para utilizar esta nova possibilidade de modelagem, a Ebserh investiu mais de R$ 2 milhões na aquisição de softwares.
Segundo o chefe de Serviço de Manutenção Predial, Projetos e Obras, Thiago Betiati, graças à modelagem BIM, será possível trabalhar em um ambiente colaborativo, em que projetos, especificações, elementos, informações e dados ficarão armazenados e acessíveis em uma plataforma unificada, promovendo a padronização e otimização dos processos.
“Esse ambiente funcionará como um portal de conhecimento, onde diferentes equipes poderão consultar bibliotecas digitais, acessar projetos anteriores, verificar especificações técnicas e compartilhar boas práticas. O repositório de informações facilitará a gestão do conhecimento institucional, permitindo que os hospitais da Rede Ebserh tenham acesso a modelos de projetos bem-sucedidos, reduzindo o tempo e os custos de desenvolvimento de novas iniciativas”, explicou Betiati.
Dentre as vantagens do BIM, estão o aumento de produtividade, transparência e governança nas obras da Rede Ebserh, controle de processos e redução de erros nos projetos. O novo modelo permite um melhor gerenciamento de informações, além da otimização de custos e recursos, além de viabilizar a automação de processos e compatibilizar os projetos através da detecção de conflitos (clash detection). Outro ponto positivo é a redução de aditivos de prazo e valor.
A tecnologia é uma preferência expressa na Lei 14.133/2021 para licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura na administração publicada federal a partir de 2024, quando couber ao projeto. A previsão é que nos próximos nove anos (10, ao total, considerando o início do prazo) a metodologia esteja totalmente implementada.
A adoção do novo modelo foi estabelecida pelo Decreto nº 10.306/2020 e a estratégia de disseminação é regida por outro instrumento legal, o Decreto Nº 11.888/2024. Este último designa um comitê gestor da Estratégia BIM BR, que visa difundir o uso da metodologia e orientar sua implementação. Um dos representantes é o Ministério da Educação (MEC), ao qual a Ebserh é vinculada.
Outra ferramenta que facilita a compreensão sobre a tecnologia é a Plataforma BIM BR, que reúne guias, normas, objetos para download e oferece até um curso gratuito para se aprofundar sobre o assunto, o “Democratizando BIM”,. A página é administrada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Fonte: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares